domingo, 12 de setembro de 2010

O jogo do copo...um perigo!


Copiado de artigo do Jornal do Oeste Online de Caldas da Rainha - Portugal.

“Jogo do copo” causa perturbações e leva ao suicídio


Um simples e aparentemente inofensivo jogo, em que em cima de uma mesa
 é colocado um copo, à volta do qual se forma um círculo com as várias letras
do abecedário, para que o copo alegadamente por si só se possa dirigir às letras
e formar palavras em resposta às perguntas feitas pelos jogadores, está a deixar
os praticantes, na maioria jovens, bastante transtornados, ao ponto de tentarem
suicidar-se ou terem de recorrer a psiquiatras.

À partida parece absurdo a uma pessoa comum que um copo virado para baixo,
apenas com a ajuda da energia de cada um, colocando o dedo indicador na borda,
se possa deslocar sozinho na direcção das letras e formar frases que supostamente
seriam as respostas às perguntas feitas, mas é isso mesmo que acreditam os jovens
 que praticam o chamado “jogo do copo”. Para os leigos, o “jogo do copo” passa
a ser muito curioso, porque sentem a oportunidade de ter uma prova da existência
 de espíritos e de poder comunicar com eles.

Contudo, o jogo “pode ter graves consequências”, alerta a Associação de Divulgadores
de Espiritismo de Portugal (ADEP), com sede nas Caldas da Rainha, que tem recebido
no seu sítio na Internet uma grande quantidade de mensagens sobre este jogo.

José Lucas, da ADEP, esclarece que não se trata de uma sessão espírita nem
uma prática corrente do espiritismo, sendo uma prática mediúnica e “um meio
de comunicação entre o mundo visível e o mundo invisível, que nada tem de mal
quando usado nos locais próprios, por pessoas devidamente preparadas e para
efeitos de assuntos sérios”.


“Não é jogo nenhum, não é nada mais que um meio de comunicação com
o mundo espiritual, onde é usado um copo como "guia" e um conjunto de
letras e algarismos para ser possível a formação de palavras ou quantidades.
O mal está no seu uso por pessoas impreparadas, para satisfação de
 curiosidades”, indicou.
Segundo sustentou, “este tipo de actividade é muito perigosa e não deve ser
efectuada, pois a pessoa corre perigo de obsessão espiritual. Como é uma
prática fútil, sem objectivos nobres, focalizando apenas a curiosidade, são os espíritos
inferiores e por vezes obstinados no mal que se apresentam, pois os espíritos bons
e nobres não perdem tempo com futilidades”.

José Lucas disse conhecer “variadíssimos casos de obsessão espiritual por parte
de pessoas que brincaram com este tipo de assuntos sem terem preparação
para tal, e posteriormente demoraram muito tempo a libertarem-se
dessa situação”.

Relatos de vários jovens com problemas psiquiátricos devido ao “jogo do copo”
 chegaram também à Associação Cultural Espírita (ACE), com sede nas Caldas da Rainha.
Ana Oliveira, presidente da ACE, reconheceu que “muitas vezes os espíritos
que se manifestam são brincalhões e provocam problemas aos jovens”.

“O objectivo dos jovens é terem certeza de que há comunicabilidade com
os espíritos, acham engraçado o copo mexer-se, ir direito às letras e formar
frases, só que às vezes fazem perguntas sobre as famílias e ficam transtornados
com as respostas. Por exemplo, recebem respostas de que um amigo vai morrer
e às vezes as coisas acontecem e eles ficam com medo e em pânico”, explicou,
elucidando que “no espiritismo nós nunca fazemos perguntas aos espíritos”.

“O que parecia ser um simples jogo já teve consequências graves, com os
jovens perturbados a terem de recorrer a psiquiatras”, relatou Ana Oliveira.

Curiosidade

Em Portugal existem centenas de relatos de experiências mal sucedidas e
noutros países também o “jogo” fez polémica, tendo inspirado em Inglaterra
um filme de terror intitulado “O jogo dos espíritos” e no Brasil deu origem à
publicação do livro “Copos que andam”.

A curiosidade começa nas escolas e tornou-se “moda” e muitos são
os que se questionam se serão os “copos que andam” apenas
uma "ingênua" brincadeira.

Sofia, de 15 anos, fez uma sessão mediúnica para tentar falar com os
espíritos e assim tentar saber notícias do seu primo, falecido num desastre
de moto. Juntou-se mais uns amigos e ao perguntar quem estava presente,
diz que a resposta foi "Satanás". Sofia ficou assustadíssima, não conseguia
dormir, pois acreditava que tinha comunicado com o diabo.

Vera, de 17 anos, mostra-se confusa com o resultado, pois acha que falou
com espíritos “bons e maus”, não sabendo se deve acreditar na conversa que
diz ter mantido, ao longo da qual se assustou quando um dos espíritos a terá
alertado para não rir durante a sessão.

Daniela conta que está “obcecada” pelo jogo e quando tem um “furo”
na escola vai jogar com alguns amigos, mas tem receio e dúvidas se lhe
pode acontecer alguma coisa de mal.

Outra jovem relata que “conheço um pequeno grupo de jovens que fizeram
por várias vezes o jogo. Uma das jovens tinha perdido a mãe e num dos dias
um dos espíritos anunciou ser sua mãe e começou a levar a jovem a revoltar-se
contra o pai. Passou a ser péssima aluna, agressiva com todos e quase à beira
da loucura. Levada a um bom psicólogo aos poucos foi-se abrindo e acabou por
dizer que o espírito da mãe lhe dissera para se suicidar. Outra das jovens do grupo
passou a sofrer de pânico. Não ia às aulas, passando a não dormir dias seguidos.
Um dia tomou uma caixa inteira de comprimidos e foi levada ao hospital. Os outros
 elementos do grupo tiveram também de recorrer a tratamento psiquiátrico”.

Outra rapariga conta que “tenho 17 anos e quis experimentar o jogo por mera
curiosidade. Tive um caso com um espírito que dizia que me amava. Ele fazia-me
 sofrer imensos e até tentou matar-me. Pedi ajuda a uma espiritualista, que me disse
que eu estava a ser "chateada" por um demónio para levar a minha alma para o inferno.
 Ele ainda continua a "chatear-me", sendo às vezes impossível dormir à noite por sentir
presenças más no meu quarto. O meu conselho é que nunca se metam a fazer esse tipo
 de jogos porque senão a vossa vida torna-se como a minha: um inferno”.

Mais uma jovem apavorada: “Uma amiga minha perguntou em que dia ia morrer
e o copo dirigiu-se ao número 5. Ficámos todos aterrorizados. Será que vai morrer
daqui a 5 anos? Ou num dia 5? Num mês 5 (ou seja Maio)?”.

“Era extremamente céptico quanto a isso mas muito curioso também. Acabei por
matar a minha curiosidade ao fazer o jogo, mais do que uma vez. O mais esquisito
que acontecia comigo era sair do jogo completamente sem forças físicas, ao ponto
de chegar a cair no chão, sentir tonturas e dores de cabeça”, descreve um rapaz
praticante.