5o. Batalhão de Infantaria de Selva.
A língua portuguesa é particularmente fértil em expressões idiomáticas derivadas essencialmente de lendas e de vivências do quotidiano, que muitas vezes se perdem na origem do tempo e que vão perdurando no léxico através dos anos, sem que contudo, frequentemente, se consiga com precisão explicar a sua origem.
As curiosas expressões “Amigo da Onça”, utilizada simultaneamente no Brasil e em Portugal, e “Amigo de Peniche”, utilizada somente em Portugal, são o exemplo da dificuldade corrente em datar e precisar a origem destas eufemísticas formas de expressão tão típicas da maneira de ser luso-brasileira. O significado de ambas é idêntico e refere-se a um falso amigo, alguém que apenas está interessado em receber algo às nossas custas e nada nos dá em troca.
“Amigo da Onça” suscita nos dois países explicações contraditórias: uma delas relaciona-a com o ato de “cravar” tabaco quando há muito tempo atrás, o tabaco mais barato era o de enrolar em mortalhas que era vendido em embalagens com o peso de uma onça, o que terá levado a que a própria embalagem assumisse o nome de onça. Quem abordava alguém para “cravar” tabaco seria, portanto, mais amigo da onça que da pessoa.
Outras possíveis explicações para a expressão são as que a relacionam com duas anedotas muito populares em tempos:
Um mentiroso que, contando as suas façanhas, dizia ter feito gato-sapato da onça que o atacara, é questionado da veracidade das mesmas por um ouvinte, que obtém do mentiroso como resposta à sua interpelação um sonoro "Afinal és meu amigo ou amigo da onça?".
Igualmente a anedota que deriva do diálogo entre dois amigos:
“- O que faria você se estivesse na selva e uma onça aparecesse na sua frente?
- Dava um tiro nela.
- E se você não tivesse uma arma de fogo?
- Tentava furá-la com o meu facão.
- E se você não tivesse um facão?
- Apanhava qualquer coisa, como um pedaço de pau, para me defender.
- E se não tivesse um pedaço de pau por perto?
- Procurava subir na árvore mais próxima.
- E se não tivesse nenhuma árvore no lugar?
- Saía correndo.
- E se você estivesse paralisado pelo medo?
Aí, o outro, já aborrecido, retruca:
- Afinal, você é meu amigo, ou amigo da onça?”
Em Relação à origem da expressão "Amigos de Peniche"(Portugal), ela é bastante mais antiga e data de 1580, quando D. António, Prior do Crato, tentou opôr-se a Filipe I. D. António pediu auxílio a Inglaterra e esta enviou Sir Francis Drake, o qual desembarcou em Peniche e como pirata que era iniciou imediatamente pilhagens e massacres, quando se dirigia para Lisboa começou a ser atacado pela população até que retirou e embarcou de volta a Inglaterra.
Em Lisboa D. António continou sózinho à espera dos "amigos" que vinham de Peniche
As curiosas expressões “Amigo da Onça”, utilizada simultaneamente no Brasil e em Portugal, e “Amigo de Peniche”, utilizada somente em Portugal, são o exemplo da dificuldade corrente em datar e precisar a origem destas eufemísticas formas de expressão tão típicas da maneira de ser luso-brasileira. O significado de ambas é idêntico e refere-se a um falso amigo, alguém que apenas está interessado em receber algo às nossas custas e nada nos dá em troca.
“Amigo da Onça” suscita nos dois países explicações contraditórias: uma delas relaciona-a com o ato de “cravar” tabaco quando há muito tempo atrás, o tabaco mais barato era o de enrolar em mortalhas que era vendido em embalagens com o peso de uma onça, o que terá levado a que a própria embalagem assumisse o nome de onça. Quem abordava alguém para “cravar” tabaco seria, portanto, mais amigo da onça que da pessoa.
Outras possíveis explicações para a expressão são as que a relacionam com duas anedotas muito populares em tempos:
Um mentiroso que, contando as suas façanhas, dizia ter feito gato-sapato da onça que o atacara, é questionado da veracidade das mesmas por um ouvinte, que obtém do mentiroso como resposta à sua interpelação um sonoro "Afinal és meu amigo ou amigo da onça?".
Igualmente a anedota que deriva do diálogo entre dois amigos:
“- O que faria você se estivesse na selva e uma onça aparecesse na sua frente?
- Dava um tiro nela.
- E se você não tivesse uma arma de fogo?
- Tentava furá-la com o meu facão.
- E se você não tivesse um facão?
- Apanhava qualquer coisa, como um pedaço de pau, para me defender.
- E se não tivesse um pedaço de pau por perto?
- Procurava subir na árvore mais próxima.
- E se não tivesse nenhuma árvore no lugar?
- Saía correndo.
- E se você estivesse paralisado pelo medo?
Aí, o outro, já aborrecido, retruca:
- Afinal, você é meu amigo, ou amigo da onça?”
Em Relação à origem da expressão "Amigos de Peniche"(Portugal), ela é bastante mais antiga e data de 1580, quando D. António, Prior do Crato, tentou opôr-se a Filipe I. D. António pediu auxílio a Inglaterra e esta enviou Sir Francis Drake, o qual desembarcou em Peniche e como pirata que era iniciou imediatamente pilhagens e massacres, quando se dirigia para Lisboa começou a ser atacado pela população até que retirou e embarcou de volta a Inglaterra.
Em Lisboa D. António continou sózinho à espera dos "amigos" que vinham de Peniche